1 de dez. de 2016

TETELESTAI – TOTALMENTE PAGO (CL 2.14) - Pr. Aluizio Silva

TETELESTAI – TOTALMENTE PAGO (CL 2.14)


No século I, quando um criminoso era preso, seus delitos eram registrados em um papiro conhecido como “cédula de dívida” ou “escrito de dívida”. Ao cumprir a pena e chegando a ocasião de sua liberdade, o juiz responsável pela soltura do condenado riscava a cédula, especialmente a parte onde os crimes estavam apontados, e, no rodapé, escrevia TETELESTAI. Pronto! O indivíduo não devia mais nada à justiça. Estava livre da condenação e, agora, poderia desfrutar da paz e da liberdade.

“TETELESTAI” é uma expressão grega que pode ser traduzida como “está consumado”, “totalmente pago” ou “dívida cancelada”. O apóstolo Paulo se apropria dessa figura jurídica para nos transmitir a profundidade do alcance da obra redentora de Cristo, pois, como pecadores que somos, contra nós também há uma “cédula de dívida”, a saber, uma série de transgressões cometidas ao longo da vida. Essa cédula constitui-se em um poderoso instrumento de acusação. Ela nos silencia, nos humilha, pois não há como contradizê-la, não há como negá-la. Nela, registram-se todas as nossas maldades, todas as nossas mentiras, toda perversidade que praticamos ou pensamos. Ela aponta para a destruição dos que ali constam (Ap 20.12).
Entretanto, o apóstolo Paulo declara que Cristo, com sua morte vicária (substitutiva), pagou a dívida que tínhamos para com Deus. Vale a pena lembrar que, na cruz do Calvário, segundo o Evangelho de João 19.30, Cristo declarou: “Está consumado!”(TETELESTAI), sendo, inclusive, sua última palavra. Consumado! Totalmente pago! Esta é a nossa verdadeira situação em Cristo no que consiste à satisfação da justiça divina. Não importa o que tenhamos feito. Não importa a extensão e a gravidade do nosso pecado; em Cristo Jesus, “nenhuma condenação há” (Rm 8.1).
Portanto, quando lembranças ruins de um passado distante ou recente surgirem e nos sentirmos culpados e ameaçados em nossa paz, basta nos lembrarmos do que Cristo fez por nós, da sua última palavra proferida a nosso respeito: TETELESTAI! Todos os nossos pecados foram perdoados pelo precioso sangue do Senhor Jesus Cristo. Sangue este que riscou a cédula que nos era contrária, nos livrando da condenação de uma vez por todas. De uma vez para sempre!
1.            A IMPORTÂNCIA DE UMA VIDA SEM DÍVIDA, SEM CULPA
Sentimento de culpa gera uma série de consequências negativas em diferentes áreas da nossa vida e que muitas vezes nem imaginamos.
É um poderoso gerador de autossabotagem, puxar seu próprio tapete, por causa da necessidade de se pagar dívidas, muitas vezes impagáveis. Exemplo, aborto.

A culpa gera também autopunição, surgem desejos inconscientes de nos causar sofrimento, e podemos sabotar nossa vida de várias formas. É comum surgir sentimentos de não merecimento que podem se manifestar em diversas áreas: dinheiro, relacionamentos e até saúde física.

É como se disséssemos para nós mesmos: “Se cometi um erro, não posso ficar em paz. Não seria justo errar e continuar por aí me sentindo feliz. Mereço sofrer de alguma forma. Devo carregar essa culpa e arrependimento pelo resto da vida”. Esses pensamentos inconscientes nos levam a guardar culpa, protegê-la e não querer que ela seja dissolvida. Algumas pessoas podem definhar e adoecer como forma de autopunição.  Enquanto houver culpa, haverá processos inconscientes de autopunição e autossabotagem.
É comum encontrarmos cristãos inseguros quanto ao fato de se sentirem plenamente perdoados por Deus. Alguns têm a impressão de que precisam orar mais uma vez para, quem sabe, serem realmente perdoados pelo Senhor. Porém, a Escritura Sagrada não nos orienta a “sentir o perdão” de Deus, e sim a crer que, em Cristo, Ele já nos perdoou. Portanto, não é uma questão de sentimento, mas sim de fé na pessoa de Jesus Cristo e na eficácia da obra que Ele realizou.
Outra questão que também atormenta alguns irmãos é o receio de que, dependendo do que fizeram no passado, precisam “quebrar alguma maldição” ou “anular algum pacto”, pois, do contrário, sempre estarão sujeitos a alguma investida de satanás e poderão ter algum tipo de influência maligna em suas vidas. Assim, para essas pessoas, a qualquer momento, o diabo poderá vir “cobrar a fatura” sendo, portanto, necessário participar de algum culto ou corrente de libertação. Essa prática, embora comum, principalmente em comunidades neopentecostais, é estranha ao ensino da Escritura Sagrada. Paulo, afirma que a dívida foi cancelada, além disso, no versículo 15 do capítulo 2 da carta aos Colossenses, o apóstolo insiste nessa verdade.
2.            SATANÁS FOI TOTALMENTE DESPOJADO (Cl 2.15)
Cristo derrotou e humilhou o diabo, despojando-o de toda e qualquer autoridade que tinha para nos acusar, tentar e prejudicar. Cristo fez dos seus inimigos, o “estrado de seus pés” (Ef 1.20-22). Não precisamos temer o diabo. Ele está derrotado, despojado e humilhado pelo Senhor Jesus Cristo. Não há mais nenhum motivo para você temer que satanás venha cobrar alguma conta sua ou dos seus antepassados, uma vez que elas não existem mais, o cobrador está desempregado, ainda que não aniquilado. O Senhor faz questão de dizer que a dívida foi totalmente paga. Esta era a sua demanda com Deus, da qual satanás se aproveitava para acusá-lo. Como se não bastasse o perdão total, Ele faz questão de dizer que a sua morte na cruz não só pagou a dívida como também derrotou definitivamente o nosso inimigo e ainda o expôs à humilhação, sendo ele totalmente despojado.

Satanás somente terá sobre a sua vida o poder que você mesmo lhe der por não crer na Palavra de Deus para você, pois na posição da fé na vitória de Cristo na Cruz, ele não apenas não pode fazer nada contra você como, na verdade, está exposto, humilhado e totalmente despojado. Isso deve fazer crescer absurdamente a revelação da sua autoridade contra ele e trazer uma profunda paz e segurança em relação à batalha espiritual. Você está lutando contra um inimigo totalmente derrotado.
3.            JESUS QUITOU A NOTA PROMISSÓRIA (2.13-14)
Ter uma dívida que você sabe que nunca poderá pagar é psicologicamente devastador. Estender esse endividamento e a pena em que incorre para a eternidade torna-se terrível para além das palavras. Tal era a realidade de nossa dívida espiritual com Deus. Até que Jesus pagou tudo! Esta é a imagem que Paulo emprega em Colossenses 2.13-14 para descrever a realidade de ter os nossos pecados perdoados para sempre. A tradução Inglesa (ESV), que traduz “escrito de dívida” por “recorde de dívida”, reflete a terminologia usada frequentemente com referência a um reconhecimento assinado de endividamento.
É algo semelhante à nossa nota promissória hoje, na qual o devedor deve colocar sua assinatura em um documento que obriga o indivíduo a pagar o valor total até uma determinada data. Sem usar a mesma terminologia, Paulo usa o mesmo ponto em Filemon 1.17,19. Ele estava dando a Filemon uma nota promissória assinada por sua própria mão, na qual ele obrigava-se a pagar na íntegra o que quer que Onésimo poderia ter devido. Mas Cristo prova seu grande amor para conosco, pagando, com sua própria vida, toda dívida que constava da nossa NOTA PROMISSÓRIA.
4.            O QUE ERA A PENA DA NOSSA “NOTA PROMISSÓRIA ESPIRITUAL”?
Em Colossenses 2.14, consta a Lei mosaica com seus “mandamentos e preceitos” (Ef 2.15), o ponto de Paulo seria que o povo judeu era devedor de não obedecê-la na íntegra. No caso dos gentios, sua consciência os obrigava a manter a lei moral (cf. Rm 2.14-16). Paulo não só diz que esse “recorde de dívida” era “contra” nós (ESV) à medida que somos culpados por ter deixado de pagar, mas que também representa uma ameaça muito real para nós.
Havia uma nota promissória, assinada por nossos pecados, impagável, nas cortes celestiais, e a condenação do não pagamento era a eternidade no inferno. Mas o Senhor nos amou de tal maneira que, às custas do seu próprio Filho, quitou cada promissória, de cada pessoa condenada por jamais ser capaz de cumprir a lei, de pagar a dívida. Que nossos olhos possam ser abertos para vermos, por revelação, que amor tão grande é esse por nós.

5.            AS BOAS NOVAS DA GRAÇA DE DEUS
A maneira como Deus nos perdoou todos os nossos pecados (v. 13b) foi “cancelando” a nossa dívida para com Ele. A palavra traduzida por “cancelamento” tem o sentido de apagar ou limpar (Is 43.25). Deus não rasgou a nota simplesmente, por assim dizer, e a jogou fora. Ele cancelou a nota promissória de nossa obrigação espiritual, “pregando-a na cruz”. Alguns veem aqui uma alusão à antiga prática de fixação na cruz de uma inscrição dos crimes pelos quais a pessoa estava sendo executada. Se assim for, então Deus pregou a acusação contra nós na cruz de Cristo como prova pública da execução da nossa dívida.
Nós estávamos enterrados sob uma montanha de falência espiritual. Mas Deus tomou essa confissão assinada de endividamento que se situou como testemunha perpétua contra nós e cancelou-a na morte de Cristo. Já não há mais nenhuma dívida decorrente de todas as nossas transgressões, quer morais ou da lei, a ser paga, porque Jesus pagou tudo. Tudo o que devíamos Ele pagou. Seja qual for a penalidade que era devida, Ele suportou. A dívida está paga! TETELESTAI! Todos os nossos pecados foram perdoados! Que coisa boa! Todas as nossas maldições foram levadas à cruz e ali aniquiladas (Is 53). Que maravilha! Estamos livres! Livres para viver a plenitude da vida de Cristo. A Ele, e somente a Ele, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o poder!
6.            UMA VEZ LIBERTOS, LIVRES PARA SEMPRE (CL 2.16-18; 20-23)

Paulo argumenta: “Não faz sentido vocês terem sido perdoados de uma dívida impagável advinda do não cumprimento da lei e de regras e agora se colocarem novamente debaixo de regras e conceitos humanos que somente vão escravizá-los novamente, ainda mais que vocês não precisam se sujeitar a isso”. Nós fomos completamente livres de toda e qualquer tipo de dívida e cobrança pela cruz do Calvário, de fato e de verdade, não há mais nenhuma condenação ou cobrança se quer para nós, agora cabe a nós nos levantarmos e nos posicionarmos em fé, com base nessa grande verdade, viver uma vida completamente livre de todo e qualquer julgo que satanás ou qualquer pessoa queira nos impor, viver exclusivamente pela lei da vida mediante o Espírito que em nós agora habita.

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