E POR ELE SÃO TODAS AS COISAS
É interessante como Deus, mesmo sabendo da impotência do homem, põe diante dele primeiro a responsabilidade para andar diante dEle. Primeiramente foi com Adão quando o pôs no jardim do Éden. Criou-lhe todo um ambiente favorável, deu-lhe uma livre escolha, mas em pouco tempo, até mesmo por horas, o homem escolheu errado, desobedeceu.
Esta liberdade de escolha já foi dada ao homem, e recordemos que ele não tinha pecado em si mesmo. Ali a escolha era totalmente livre, sem influência do pecado nele. A mulher foi enganada como diz a Escritura, mas o homem não. Adão escolheu errado duas vezes: desobedecer e dar ouvidos e escolher a sua mulher em lugar de Deus. Falhou em sua liberdade.
Depois Deus chamou um povo e fez um pacto com ele. Uma lei pela qual o povo de Israel andaria perante a sua face perdoada dos pecados e abençoada por guardar as suas leis, mandamentos e ordenanças. Um povo santo, um reino sacerdotal, para que fosse conhecido através desse povo em toda a terra, mas este povo invalidou este pacto. Eles obedeceriam e Deus os abençoaria, e eles caíram. Tentaram e desobedeceram a Deus, e não guardaram os seus testemunhos (Salmos 78.56).
Deus ficou por cerca de 400 anos em silêncio, quando depois de 50 dias da morte de Jesus Cristo, derramou o seu Espírito sobre toda a carne (Atos 2.17). Um novo pacto, uma nova aliança com o homem. Não mais conforme aquela aliança feita com os pais. Agora a lei estaria em seus corações, e eles teriam o Espírito para guiá-los e ensinar-lhes todas as coisas. Tudo foi confirmado pelo Senhor com sinais, prodígios, maravilhas e dons do Espírito distribuídos segundo a sua vontade (Hebreus 2.4).
Mas cerca de 30 anos depois, aquilo que tinha iniciado pelo Espírito estava terminando pela carne. Da graça estavam decaindo, deixando o primeiro amor (Gal. 5.4; Apoc. 2.4). A princípio aborreciam as obras dos nicolaítas, dividindo a igreja em dois grupos de pessoas, o clero e o povo, mas logo em seguida já estavam seguindo (Apoc. 2.6, 15).
Caímos em Adão quanto a nossa livre escolha, caímos como povo em obedecer aos seus mandamentos e caímos como igreja. Se dissermos que se fôssemos nós em lugar deles não aconteceria o mesmo, Jesus irá dizer a mesma coisa que disse aos judeus: "Assim, vós testemunhais contra vós mesmos..." Mateus 23.31.
Já tivemos a nossa chance de escolher as coisas, de vivermos para Deus guardando os seus mandamentos e como igreja. Em todas elas caímos. E se tentarmos viver em uma dessas coisas por nós mesmos, iremos aumentar a nossa perversão e testemunhar contra nós mesmos.
Miseráveis homens que somos, quem nos livrará do corpo dessa morte? Graças a Deus por Cristo Jesus nosso Senhor. Um homem, o Filho do homem, Jesus, se levantou para primeiro obedecer em tudo, e depois restaurar todas as coisas.
Primeiramente, e neste tempo presente, ele começou a restaurar o homem, fazendo-o como as primícias das suas criaturas. De uma raça caída, morta em delitos e pecados, à sua imagem, conforme a sua semelhança. Transformando-o de glória em glória na sua imagem, pelo Espírito do Senhor (II Cor. 3.18), pelo lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo (Tito 3.5).
Um dia, que só o Pai sabe, Ele restaurará o reino à Israel. Um reino de sacerdotes e reis, vencedores à sua imagem e semelhança que reinarão a terra. E quando tudo terminar, quando à sua obra de restauração também terminar em sua Igreja, apresentá-la-á a si mesmo uma igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, mas santa e irrepreensível (Ef. 5.26-27).
Não podemos ignorar a chance que nos foi dada e a nossa queda. Em todas elas falhamos, mas agora por Cristo somos mais do que vencedores. Podemos todas as coisas por aquele que nos fortalece. Tanto para escolhermos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, como também para obedecer-lhe e vivermos como Igreja.
Só por Cristo já podemos gozar daquilo que ainda vai ser restaurado. Só por Cristo podemos viver como irmãos, amando-nos uns aos outros. Aquilo que é impossível para o homem, é possível por Cristo.
Não nos enganemos com falsos intuitos. Diante de tanta queda, só por Ele podemos andar no caminho, na verdade e na vida. Só por Ele já podemos gozar espiritualmente na plenitude, daquilo que veremos na sua realidade plena um dia. Louvado seja o nosso Senhor, nossa Vida. Amém.
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