Uma manifestação de intercessão é normalmente chamada de “guerra espiritual”.
Há diferentes opiniões sobre esse tipo de oração. Na maioria dos casos, a batalha espiritual não deve ser realizada confrontando-se diretamente os principados e potestades sobre cidades e nações. Esses espíritos malignos são chamados nas Escrituras de principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade (Ef 6.12). São seres demoníacos de alto escalão que habitam nos lugares celestiais e não em seres humanos. Esses “espíritos demoníacos desincorporados” têm uma função diferente da função dos demônios que habitam em seres humanos.
“Porquanto, nossa luta não é contra seres humanos, e sim contra principados e potestades, contra os dominadores deste sistema mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” Efésios 6.12
O modelo do Novo Testamento para a guerra espiritual é dirigir as nossas orações a Deus, proclamar seu nome e suas promessas, e fazer as suas obras como a principal forma de lutarmos contra os espíritos malignos “desincorporados” nos lugares celestiais. Assim sendo, como regra geral, falamos diretamente a Deus em vez de nos dirigirmos diretamente a eles. Na minha opinião, há exceções a essa regra geral, e, nesse caso, dirigimos as nossas declarações diretamente a um principado demoníaco. No entanto, esse não é o principal modelo de oração apresentado pelos apóstolos do Novo Testamento.
Jesus e os apóstolos falavam diretamente aos demônios que habitavam numa pessoa endemoninhada, ou, em outras palavras, aos espíritos demoníacos “incorporados”. Mas o que faziam não é a mesma coisa que nos dirigirmos à principados demoníacos “desincorporados” que habitam nos lugares celestiais. De fato, lutamos contra principados demoníacos “desincorporados” (Ef 6.12) mas, geralmente, orando ao Pai, e não falando com eles diretamente. O profeta Daniel prevaleceu sobre o poderoso principado demoníaco da Pérsia (Dn 10.12,13) à medida que jejuava e orava, concentrando-se no Deus de Israel (Dn 9.4-23) e não no próprio ser demoníaco.
Percebo três componentes envolvidos nas orações de batalha espiritual. Em primeiro lugar, proclamamos a vitória de Deus, concordando com a supremacia de Jesus, o seu poder, as suas promessas e a sua vontade. Fazemos as orações da Bíblia, relembramos a Deus das suas promessas e proclamamos decretos proféticos relacionados à supremacia de Deus e aos propósitos do seu Reino. Em segundo lugar, confessamos o pecado e renunciamos as obras das trevas, rompendo, assim, o nosso acordo com o inimigo. À medida que resistimos a Satanás e nos submetemos a Deus e à sua Palavra, o diabo foge de nós (Tiago 4.7). Em terceiro lugar, realizamos as obras do Reino, agindo no espírito oposto ao das características malignas que permeiam uma determinada cidade ou região. Por exemplo, num lugar em que a opressão é identificada como uma fortaleza espiritual, o corpo de Cristo deveria focar a sua atenção agindo com generosidade, servindo e assim por diante.
TRÊS TIPOS DE FORTALEZAS
As Escrituras falam sobre destruirmos “fortalezas” espirituais:
“Pois as armas da nossa guerra não são terrenas, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas! Destruímos vãs filosofias e a arrogância que tentam levar as pessoas para longe do conhecimento de Deus” (2 Co 10.4,5).
Uma fortaleza consiste em um conjunto de ideias que estão de acordo com as mentiras e acusações de Satanás contra a verdade de Deus (versículo 5). São mentiras sobre Deus, sobre quem Ele é e sobre o que Ele diz que fará, como também mentiras sobre quem somos em Cristo e como Ele nos vê. E, quando aceitamos essas mentiras, elas aprisionam os nossos corações em trevas.
Regiões inteiras podem ser afetadas pelas mesmas mentiras e ser atacadas por essas mesmas trevas demoníacas. Uma maneira pela qual podemos reconhecer isso é que vemos um grande número de pessoas de uma região adotando os mesmos padrões de trevas em suas crenças e comportamentos. Destruímos e derrubamos fortalezas espirituais concordando com Deus e sua Palavra e derrubando argumentos – renunciando às mentiras – que são contra o conhecimento de Deus, a sua Palavra e a sua vontade. Dessa maneira, quebramos qualquer acordo com Satanás.
Há três tipos de fortalezas espirituais:
1. Fortalezas pessoais da mente, que prendem as pessoas em maneiras de pensar e estilos de vida pecaminosos.
2. Fortalezas culturais ou valores da nossa sociedade, que estão de acordo com as trevas. As fortalezas culturais são acordos com os valores de Satanás na nossa sociedade de maneira geral. Há muitas formas pelas quais as pessoas concordam com ele e mantêm esses valores entrincheirados.
3. Fortalezas cósmicas, que são potestades e principados demoníacos nos ares, são anjos demoníacos ou hostes demoníacas. Paulo as descreve em sua carta aos Efésios:
“Porquanto, nossa luta não é contra seres humanos e sim contra principados e potestades, contra os dominadores deste sistema mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12)
Derrubamos cada uma dessas fortalezas concordando com Deus e renunciando às mentiras do inimigo por meio das nossas orações e ações.
Texto extraído do livro “Crescendo em Oração”
Autor: Mike Bickle. É diretor da Casa Internacional de Oração na cidade de Kansas City, nos Estados Unidos. A casa Internacional de Oração reúne um grupo aproximadamente de 1000 pessoas que tem orado 24 horas por dia desde 1999.
Fonte: https://www.orvalho.com
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