A Contemporaneidade do Dízimo
Gênesis 14.12-20 – Hebreus 7.4-10
O dízimo e a oferta é um princípio puramente
espiritual e não apenas material.
Podemos comprovar a veracidade desta afirmação
analisando o testemunho (experiência) de Abraão.
Há muitos críticos do princípio do dízimo para a
atualidade, dizem eles que hoje na aliança da Graça, não temos que devolver os
dez por cento, pois afirma que o dízimo era apenas para a aliança da lei. Pois
bem vamos ver o que a bíblia tem a nos dizer sobre isso.
Depois da batalha que Abrão não tinha aparentemente
nada a ver, (pois Ló havia se desligado de Abrão, GN 13.1-13) ele demonstra
alguns princípios muito importantes da vida espiritual.
1º - Envolveu-se
numa guerra para salvar o seu sobrinho, e acabou salvando outras pessoas e seus
bens: - Isso mostra amor ao próximo,
altruísmo e compaixão.
2º - Colocou
o seu relacionamento com Deus em primeiro lugar:
- Atendeu primeiro o sacerdote do Deus vivo e só depois
o rei de Sodoma.
- Deu o dízimo de tudo.
- Reconheceu a grandeza do sacerdote.
3º - Não
aceitou nenhuma oferta de um rei pagão, no entanto recebeu pão e vinho do
sacerdote do Deus Altíssimo, demonstrando neste ato submissão e dependência de
Deus, pois estava reconhecendo que o maior estava com ele. Hebreus 7.4 Considerai, pois, como era GRANDE esse a quem ABRAÃO, O
PATRIARCA, PAGOU O DÍZIMO TIRADO DOS MELHORES DESPOJOS.
4º -
Reconheceu que foi Deus quem havia lhe concedido a vitória (o que o próprio
Melquisedeque reconhece prontamente Gn 14.20) entregando-lhe a décima parte do
despojo da guerra, (como era costume dos povos de seu tempo, entregar a décima
parte dos seus ganhos a sua divindade).
Entregando o dízimo Abrão estava consagrando tudo o mais a Deus,
pois os homens daquela época tinham o costume de pagar tributos, impostos e
ofertas a outros reis, mais fortes e poderosos que eles, fazendo assim uma
aliança de paz e/ou proteção, um exemplo
disso esta em Gênesis 21.22-34 quando Abimeleque reconhece que Deus estava com
Abrão e mesmo este sendo “maior” que Abrão, (Humanamente falando, pois Abrão estava
habitado nas terras de Gerar e Abimeleque era rei de Gerar, Gn 20.15) toma a
iniciativa de fazer a proposta da aliança Gn 21.22,23, e Abrão que estava numa
posição inferior a Abimeleque (humanamente falando) faz a oferta de ovelhas e
bois a este Gn 21.27, fazendo assim aliança de paz. Gn 21.32.
Podemos entender por este exemplo que Deus sendo o
dono de toda a terra (Salmos 24.1,2) pode exigir do seu povo (aqueles que foram
salvos por ele) um tipo de imposto (o dízimo) para o sustento da sua obra
(igreja, ministros e obras sociais) aqui na terra.
Há muitos que usam de argumentos filosóficos para
refutar a doutrina do dízimo, como por exemplo, de certo presbítero reformado
que argumentando veementemente contra a prática do dízimo diz que se devemos
dizimar hoje devemos também praticar os outros mandamentos da lei, (como a
guarda do sábado, sacrifício de animais e a circuncisão masculina) mas a
verdade é que o princípio do dízimo esta acima da lei, pois, foi estabelecido
muito antes da lei e vemos isso claramente com Abrão quando este se encontra
com Melquisedeque, que a Bíblia afirma ser sacerdote do Deus Altíssimo vejamos:
Gênesis 14.18-20
18 Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote
do Deus Altíssimo;
19 abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus
Altíssimo, que possui os céus e a terra;
20 e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.
O autor da carta aos
Hebreus diz que Melquisedeque era maior que Abrão (Hb 7.4) e o considera
semelhante ao Filho de Deus (Hb 7.3) fazendo menção do salmo profético de Davi
quando o salmista diz: O SENHOR jurou e não se
arrependerá: Tu és sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110:4). Declarando
assim que a ordem o sacerdócio de Melquisedeque é eterno, assim Cristo é um
sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque e da mesma forma como Melquisedeque
recebeu dízimos da mão de Abrão (muito antes de a lei ser estabelecida em
Israel) muito mais digno é Jesus de receber das nossas mãos hoje o dízimo, pois
o autor de hebreus afirma positivamente que aqui
são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, AQUELE DE QUEM SE
TESTIFICA QUE VIVE (Hb 7.8). A
benção pronunciada por Melquisedeque sobre Abraão e o fato de que este a
aceitou colocaram suas posições relativas fora de dúvida. O autor de Hebreus
não considera aqui a natureza dessa benção ele deseja apenas mostrar a
superioridade de Melquisedeque sobre Abraão (Hb 7.4).
“Paulo, em sua Epistola aos Gálatas, refere-se a isto quando diz: para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus
Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido (Gl 3.14 ARA).
O apóstolo
reforça o argumento dizendo que, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente, interpretando o Velho
Testamento declara Não diz: E aos
descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu
descendente, que é Cristo (Gl 3.16ARA), e conclui dizendo e, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e
herdeiros segundo a promessa (Gl 3.29 ARA). Como
Abraão se curvou submisso para receber a benção de Melquisedeque, devemos
curvar-nos em humilde submissão a Jesus, o nosso sumo sacerdote eterno, e
receber, pela fé, a sua benção”. – (Orton H. Wiley –
Comentário Exaustivo da Carta aos Hebreus)
Note
que Paulo em Gálatas 3.14 faz menção desta promessa dizendo que Cristo se fez
maldição em nosso lugar para que a bênção de
Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela
fé, o Espírito prometido.
Se Abraão nosso pai na fé (Gl 3.7) devolveu o dízimo a um
sacerdote que a Bíblia afirma viver ate hoje (muito antes da lei de Moisés
decretar que o dízimo é santo ao senhor, Lv 27.32), muito mais hoje na Aliança
da Graça devemos não só devolver o Dízimo mais devemos consagrar tudo que temos
ao Senhor de nossas vidas, e não adianta querermos arranjar desculpas para não
devolvermos aquilo que pertence ao Senhor; há alguns que defendem a oferta
voluntária e “generosa” ao invés do dízimo, mas pensemos juntos; você caro
leitor que quem defende com unhas e dentes a abolição do dízimo deseja mesmo
dar “voluntária e generosamente”? Duvido muito. A verdade é que esses tais que
defendem a não prática do dízimo são avarentos e gananciosos e não querem
assumir a responsabilidade do sustento da obra do Senhor, como a Bíblia
repetidamente nos exorta. Pense comigo meu querido irmão o que seria da obra do
Senhor se não houvesse fiéis dizimistas na Igreja, qualquer ministro (sério) do
Evangelho pode comprovar o valor da fidelidade financeira dos seus membros.
Não há outro jeito de sustentar a obra de Deus, oferta
“voluntária” é muito boa, mas não requer do ofertante um compromisso mensal com
a Igreja; e vamos ser sinceros poderia dar certo em alguns lugares, em algumas igrejas,
mas nem todo mundo pensa igual, é diferente com o dízimo, pois a pessoa sabe
que tem aquele compromisso com Deus e com a Igreja, então ela separa os dez por
cento (10%) sem comprometer o restante do seu salário. O que tenho percebido
durante alguns anos de ministério é que quem defende a abolição do dízimo são
aquelas pessoa que não vivem de tempo integral no ministério, geralmente essas
pessoas tem uma fonte de renda extra, e critica aqueles que se dedicam
exclusivamente a obra de Deus.
Esquecendo-se do que a Bíblia diz em relação ao sustento dos
obreiros do Senhor:
Ministros têm o direito de
serem sustentados pela Igreja.
Mas aquele que
está sendo instruído na palavra faça participante de todas as cousas boas
aquele que o instrui (Gálatas
6.6).
Paulo, aqui, faz referência à obrigação de
dar sustento àqueles que se afadigam no ensino da Palavra. Ensino repetido em
1ª Tessalonicenses 5.12:
Agora, vos
rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos
presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima
consideração, por causa do trabalho que realizam.
E mais detalhado
em 1ª Coríntios 9:
Não temos nós o
direito de comer e beber? (v 4)
Ou somente eu e
Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? (v 6 – Paulo
refere-se ao trabalho secular).
Se nós vos
semeamos as cousas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? (v 11)
Não sabeis vós
que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E que
serve ao altar do altar tira o seu sustento? (v 13). A referência aqui é a Dt
18.1, que permite aos levitas comer partes dos sacrifícios oferecidos no
Templo.
De fato, existe
o direito bíblico (do qual Paulo abriu mão, pelo menos com relação aos
coríntios – 1ª Co 9.15 – e aos tessalonicenses – 1 Tss 2.7,9; 2 Tss 3.8-9) de
os pregadores-pastores-mestres serem sustentados pelas suas congregações:
Assim ordenou
também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho. (1ª Co 9.14)...
Algumas outras
citações, entre muitas:
... compartilhai
as necessidades dos santos. (Rm 12.13)
... façamos o
bem a todos, mas principalmente aos da família da fé. (Gl 6.10)
Aquele que
furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é
bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. (Ef 4.28)
Exorta aos ricos
do presente século... que... sejam... generosos em dar e prontos a repartir (1ª Tm 6.17,18).
A Bíblia esta repleta de exortações contra a avareza dizendo
inclusive que é idolatria (Cl 3.5).
O ensino consistente e positivo do Novo Testamento a respeito da
generosidade, da liberalidade, da prontidão em repartir. A contrapartida
negativa temos nas muitas advertências a respeito da avareza:
O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém
os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e
fica infrutífera (Mt 13.22).
Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza;
porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. (Lc 12.15)
Sabei, pois, isto: nenhum ... avarento, que é idólatra, tem
herança no reino de Cristo e de Deus. (Ef
5.5)
Porque
nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele. Tendo
sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar
ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e
perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição.
Porque
o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. (1ª
Tm 6.7-10)
Seja
a vossa vida sem avareza. (Hb 13.5)
A Bíblia também nos manda
socorrer os nossos irmãos em Cristo, e a Obra de Deus. (a Igreja e os Ministros)
O apóstolo Paulo organizou uma grande coleta para os necessitados
da Judéia. As duas epístolas aos Coríntios trazem referência a esta coleta,
veja:
Quanto
à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia.
No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade,
(provavelmente uma referencia ao Dízimo) e vá juntando, para que se não façam
coletas quando eu for. 1ª Co 16.1-2
Nos capítulos 8 e 9 de 2ª Coríntios, Paulo desenvolve seu ensino
acerca das contribuições. Estes textos se referem à alegria da contribuição, à
generosidade, à liberalidade, à presteza em ofertar:
E
isto afirmo, aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com
fartura com abundância também ceifará. (9.6)
...
porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria,
e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. (8.2)
Pedindo-nos,
com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. (8.4)
...
assim, como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo
as vossas posses. (8.11)
porque
bem reconheço a vossa presteza, da qual me glorio... (9.2)
Não
vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela
diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; (8.8)
Porque,
se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo
o que ele não tem. (8.12)
Cada
um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade;
porque Deus ama a quem dá com alegria. (9.7)
Tudo deve ser feito com AMOR.
Ainda
que eu distribua todos os meus bens entre os pobres (...) se não tiver amor,
nada disso me aproveitará. (1ª Co 13.3).
Ofertas voluntárias no
Novo Testamento para sustento do Ministério:
E
sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia,
nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão
unicamente vós outros; porque até para Tessalônica mandastes não somente uma
vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. Não que eu procure o
donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso
crédito. Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me
passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício
aceitável e aprazível a Deus. (Filipenses 4.15-18)
Paulo
usa a figura dos sacrifícios do Velho Testamento com relação às ofertas:
as ofertas dos filipenses foram, diante de Deus, “como aroma suave, como
sacrifício aceitável e aprazível a Deus”. Observe que a Igreja em filipos
estava sustentando o ministério do Apóstolo Paulo, pois Paulo disse... mandastes
não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades,
veja Paulo estava sendo sustentado pelos irmãos (através dos Dízimos e ofertas
voluntárias) para poder se dedicar ao ministério de tempo integral (como os
Apóstolos em Atos 6.4).
Sejamos justos nas nossas práticas dizimando e frutificando em
toda boa obra do Senhor. Não caia em argumentos filosóficos, pratique a Palavra
do Senhor e veja os resultados de ser fiel, na sua vida, recebendo proteção e
bênçãos sem medidas. (Ml 3.8-11)
NEle com amor.
Pr. Jorge Eduardo
Costa
Ministério
Internacional Ensinando Cristo às Nações
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